sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O aborto é moral?

O aborto tem sido alvo de debates polêmicos e acalorados entre seus defensores e opositores. A Igreja Católica, talvez o seu mais poderoso “inimigo”, argumenta que tal prática é um atentado contra a vida, ao passo em que aqueles que concordam com essa situação afirmam que é um direito da mulher optar pelo nascimento ou não do próprio filho, especialmente em casos de estupro. No entanto, será que há, entre os protagonistas desse debate, aqueles que estão “certos” e os que estão “errados”?

            A generalização assumida pela Igreja (e tantas outras instituições religiosas) em relação ao aborto é equivocada em alguns pontos. Não se pode afirmar, como muitas vezes é feito, que o nascimento da criança representaria um alívio à mulher que é estuprada. E os anos de estudo e diversão perdidos em detrimento da criação de uma pessoa que é fruto do sofrimento e da humilhação? O amor não necessariamente apaga ou sequer alivia essas cicatrizes. Assim, esse questionamento abre espaço para a argumentação daqueles que compõem o bastião de defesa do aborto.

            Há quem afirme que tal atitude só dever ser tomada em casos extremos, como o já citado estupro. E isso é realmente uma possibilidade. No entanto, é relativamente comum que se veja aqueles que chegam ao cúmulo de aceitar o aborto em qualquer situação. Se esse pensamento se confirmasse em realidade, haveria uma situação de extrema irresponsabilidade por parte de homens e mulheres, principalmente os mais jovens e solteiros, já que a opção pelo aborto estaria sempre ali, à espera de alguém apto a consumá-lo. O número de pessoas com DSTs progressivamente aumentaria, já que, com a certeza de que o possível fruto daquela relação não viria à vida, a prevenção seria deixada de lado.

            É notável que ainda se acredite na exata delimitação entre a atitude “correta” e a “não-correta”. Tal credo é sempre uma verdadeira utopia, e o aborto não é uma exceção a essa regra.  O que é certo é que o bom-senso será sempre o ponto de equilíbrio em tais discussões.