sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O aborto é moral?

O aborto tem sido alvo de debates polêmicos e acalorados entre seus defensores e opositores. A Igreja Católica, talvez o seu mais poderoso “inimigo”, argumenta que tal prática é um atentado contra a vida, ao passo em que aqueles que concordam com essa situação afirmam que é um direito da mulher optar pelo nascimento ou não do próprio filho, especialmente em casos de estupro. No entanto, será que há, entre os protagonistas desse debate, aqueles que estão “certos” e os que estão “errados”?

            A generalização assumida pela Igreja (e tantas outras instituições religiosas) em relação ao aborto é equivocada em alguns pontos. Não se pode afirmar, como muitas vezes é feito, que o nascimento da criança representaria um alívio à mulher que é estuprada. E os anos de estudo e diversão perdidos em detrimento da criação de uma pessoa que é fruto do sofrimento e da humilhação? O amor não necessariamente apaga ou sequer alivia essas cicatrizes. Assim, esse questionamento abre espaço para a argumentação daqueles que compõem o bastião de defesa do aborto.

            Há quem afirme que tal atitude só dever ser tomada em casos extremos, como o já citado estupro. E isso é realmente uma possibilidade. No entanto, é relativamente comum que se veja aqueles que chegam ao cúmulo de aceitar o aborto em qualquer situação. Se esse pensamento se confirmasse em realidade, haveria uma situação de extrema irresponsabilidade por parte de homens e mulheres, principalmente os mais jovens e solteiros, já que a opção pelo aborto estaria sempre ali, à espera de alguém apto a consumá-lo. O número de pessoas com DSTs progressivamente aumentaria, já que, com a certeza de que o possível fruto daquela relação não viria à vida, a prevenção seria deixada de lado.

            É notável que ainda se acredite na exata delimitação entre a atitude “correta” e a “não-correta”. Tal credo é sempre uma verdadeira utopia, e o aborto não é uma exceção a essa regra.  O que é certo é que o bom-senso será sempre o ponto de equilíbrio em tais discussões.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Harry Potter: Fenômeno ou Clássico?


 Faz algum tempo que venho observando uma estranha aversão de pessoas diretamente ligadas à Língua Portuguesa (professores, escritores e críticos) nutrida em relação ao fenômeno literário que é Harry Potter. 
Muitas dessas pessoas afirmam que Harry Potter não possui verdadeiramente uma grande qualidade literária, e que dentro de 100 anos a Humanidade não mais vai se lembrar dele. Mas será que isso é verdade?
Clássicos da literatura mundial são lembrados (e lidos) até hoje, mesmo depois de anos e anos terem se passado desde que foram escritos. Tenho aqui em mãos dois grandes e célebres exemplos, que, na época em que foram lançados, fizeram um sucesso comparável ao de Harry Potter.
O primeiro deles é Júlio Verne, escritor italiano que viveu entre 1828 e 1905, e que escreveu grandes estórias da ficção científica, como A Volta ao Mundo em 80 dias, Vinte mil léguas submarinas e Viagem ao Centro da Terra. Essas estórias não tinham nenhum compromisso em citar fatos, diríamos, possíveis à época, mas fizeram sucesso, como Harry Potter, e fazem ainda hoje. 
O outro exemplo é o do grande gênio inventado pelo escritor inglês Sir Artur Conan Doyle, Sherlock Holmes. Quando foi escrito, as histórias do grande detetive apareciam em jornais e revistas de Londres, e aos poucos foi conquistando o público. Sherlock Holmes tornava-se cada vez mais popular, e foi conquistando verdadeiros fãs.
A adoração dos leitores por Holmes era tão grande que chegava a atrpalhar a vida de Doyle, que "matou" o personagem em 1893, em "O Problema Final". 
A irritação do público foi tão grande (houve até um protesto em Londres) que Doyle se sentiu obrigado a continuar escrevendo, e ressuscitou o detetive em 1903, em "A Casa Vazia".
Até hoje, o detetive inglês tem seguidores em todo o mundo. Por que então Harry Potter não haveria de tê-los, daqui a 100 anos?
Porém, de uma coisa se sabe: Harry Potter acendeu a paixão de milhões de pessoas pela Literatura em todo o mundo, e essa façanha de J. K. Rowling não pode ser negada.

domingo, 12 de outubro de 2008

Os Animais de Estimação vs. A miséria humana

A cada dia que passa é mais comum que se ouça estórias de pessoas muito ricas, socialites ou coisa parecida, que gastam uma enorme quantidade de dinheiro com seus bichinhos de estimação. Contratam massagistas, hotéis caríssimos e até cirurgias extremamente caras. Mas não seria mais ético e correto que se gastasse todo esse dinheiro com seres humanos, que necessitam sim de cuidados dessa magnitude, e que passam por privações muito piores do que até mesmo animais abandonados?
É verdade que é nossa obrigação cuidar da Natureza como se fosse parte de nós, mas as pessoas que gastam essas quantias exorbitantes com animais acabam se esquecendo de que, a cada dia que andam nas ruas de uma cidade grande, se deparam com pessoas abandonadas, que são seus iguais. Essas pessoas não pensam que poderiam ser elas a estar ali, sofrendo. Por que então não lhes dar uma oportunidade?

A Cultura Brasileira

É de certo modo comum ouvirmos algumas pessoas falarem que o povo brasileiro não tem cultura, e que é por isso que o País não vai pra frente. 
Logo de cara já encontramos duas grandes inverdades. A primeira delas: muito pelo contrário do que se diz, o Brasil vem crescendo de maneira surpreendente nos últimos anos. Não é à toa que lideramos o G-20 (grupo de países desenvolvidos e emergentes) e que a popularidade do nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a maior dos últimos mandatos. Só não podemos esperar que em pouco tempo o Brasil poderá se vangloriar de ter a mesma qualidade de vida que a da Europa, até mesmo porque isso é uma utopia, pelo menos por enquanto.
A segunda, e talvez a que mais inconforma, é a de que o povo brasileiro não tem cultura! O que isso significa? Todo povo tem os seus costumes, o seu modo de vida, e isso deve ser respeitado. Se uma criança brasileira prefere passar todo o seu tempo na rua jogando futebol a ficar lendo um livro  é porque a Educação no nosso País jamais foi priorizada, e não é de uma hora pra outra que isso vai mudar. Se o auditório de um programa de televisão (e essa é a sittuação que mais me impressiona) não aplaude da mesma forma um cientista e uma atriz de novela é porque nem o Governo nem a Mídia dão às pessoas que estão nesse auditório a igual oportunidade para que conheçam o trabalho dessas duas personalidades. 
Porém, como é que deveriam fazer, Estado e Mídia, para que a população respeite e incentive o trabalho do intelectual (o que aceleraria o nosso crescimento), sem que se fira a nossa Cultura Popular, que por vezes envolve muita alegria e pouco trabalho? Essa é uma questão complicada e que por isso deve ser discutida. Na minha opinião, a melhor "cura" para isso é inserir medidas e programas de priorização na Educação de nossa crianças, beneficiar o surgimento de Museus, Observatórios, Bibliotecas e Espetáculos, anexando esses bens comuns aos nossos costumes e ao nosso dia-a-dia, fazendo com que, desde cedo, todos tenhamos tanta admiração por um "Kaká" quanto por um "Machado de Assis"